sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Hora do horror da minha vida

Eu não sei, eu simplesmente acordei com o pé errado a semana inteira... Mas de verdade, as coisas chegaram em um pico de ruindade e depois melhoraram.
Dizer que as coisas melhoraram é só um eufemismo, na realidade eu só tentei mudar o ponto de vista... Tudo continua péssimo, meio escuro, fora de foco, mas eu decidi enfrentar tudo sem me desperucar, como diz uma amiga.
Eu prefiro continuar sonhando em meus livros, em minhas histórias e poemas, fingir que sou escritora, só de mentirinha, e dar vida a tudo aquilo que eu sei que nunca vai acontecer. Eu prefiro mentir de um jeito justo, se é que isso é possível, para mim mesma, só em páginas e mais páginas.
Atualmente, tirando as coisas mais pessoais e depois de cair na realidade, eu tenho me preocupado mais com o trote da faculdade. Não que eu tenha me descabelado por causa dele... por enquanto, mas às vezes eu me pego pensando em como sair correndo das garras dos veteranos, o que no caso talvez seja pior. A tortura que eu teimo em fazer comigo mesma, de ficar na internet procurando aqueles casos absurdos de abusos nas recepções para os calouros, só me dá mais arrepios. As pessoas não sabem brincar, não sabem ser humanas, de fato existe algum tipo de irônia em dizer que 'bixos' são gente afinal de contas. O mais engraçado é que nos meus sonhos acordada eu me imagino batendo o pé e dizendo isso.
Eu tenho amigos que sobreviveram ao trote sem maiores traumas, talvez eu seja só mais um desses casos, o que nunca me impediu de ficar imaginando coisas como eu perdendo um olho, ou ficando paraplégica, ou morrendo intoxicada pela tinta. Alguns tentam me acalmar, outros me atormentam, fazem terrorismo porque eles mesmo são tão, ou no caso até mais, medrosos do que eu.
De qualquer maneira... eu espero sobreviver.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Como se dar mal em sete passos

Eu acho que tem vezes que um dia foi feito para dar errado. Ontem eu tive que enfrentar a infelicidade, a dor (física no caso para não ficar tão dramático), o arrependimento, o medo, a saudades... É um verdadeiro furacão de emoções, desculpem o clichê, mas eu nunca levei essa frase tão a sério quanto ontem.
Primeiro passo em falso: sair de sandália na chuva.
Eu realmente podia ver as nuvens negras pairando sobre a cidade, talvez eu realmente tenha sido idiota e tenha ajudado o inconveniente a acontecer, mas o fato foi que logo que eu abri a porta do carro eu pude ver o rio de águas que corria pelas ruas. Para melhorar tudo eu estava logo em frente a um bueiro.
A primeira coisa que eu perguntei depois de entrar na loja foi se eu podia pegar uma leptospirose. Digamos que eu já não estava muito positiva por acontecimentos recentes envolvendo um amigo, mas as coisas não podiam piorar, podiam? Eu já estava molhada, deprimida, prestes a pegar uma doença que era transmitida pela urina de rato (urgh, vou lavar os pés de novo), eu podia morrer! Tudo bem, tudo bem, exagero da minha parte...
Segundo passo em falso (literalmente): não olhar para o chão enquanto anda.
Vocês já caíram de uma escada? Pois bem, eu não vou dizer que eu cai, sai rolando etc e tal porque minha adorada mãe segurou o meu braço, mas que foi um tombo arriscado foi. Eu sai tentando manter a pose. Pigarreie e levantei o rosto... só faltou ajeitar a gola da blusa. O pior foi o andar mancando, enquanto meu calcanhar dava estranhos choquinhos que me preocuparam por algum tempo e minha perna torcida. Eu sinceramente nunca achei que minha perna podia se entortar daquele jeito... talvez porque ela realmente não pudesse!
Terceiro passo em falso: acreditar que um mocinho do caixa recém contratado pode ser eficiente.
Logo que o moço disse que era novo com aquele sorrisinho gentil eu senti um arrepio subir pela minha espinha. Tudo começou com a tentativa de passar o cartão de crédito... que foi passado como de débito. Só sei que no fim o 'sistema' (pessoas que trabalham em lojas adoram dizer isso, não é?) travou... Simples assim. Eu achei que o atendente iria surtar, bem, eu acho que ele surtou. Ninguém vinha ajudar a pobre alma e enquanto isso eu e meus pais nos estressamos depois da meia hora no caixa. A gente não culpou o moço, ele era novo, mas simplesmente ninguém se dignava a ajudar o coitado. O rolo se prolongou até quase que uma hora e meia... com certeza uma hora eu fiquei lá, e tirando maiores detalhes e resoluções que não resolviam nada nós finalmente saímos da loja prontos para o jantar.
Quarto passo em falso: discutir com quem pode mais que você.
Sinceramente, eu não sou uma pessoa muito calma. E meu pai também não. A gente discutiu da saída do carro até sentarmos na mesa... e também durante o jantar.
Quinto passo em falso: achar que o garçon bem humorado também pode ser eficiente.
Eu estou começando a ficar deprimida só de olhar pro texto... Enfim, o cara conseguiu fechar a conta da mesa errada depois de uma pequena espera. Nesse ponto do dia eu realmente estava achando que se eu desse mais um passo o chão poderia cair.
Sexto passo em falso: a fila do estacionamento.
Naquela fila aconteceu de tudo. Além de enorme, as pessoas alinhadas estavam de mau humor. Uma não queria andar porque a da frente estava fumando. Outra teve que chamar a mãe aos berros já que havia faltado dinheiro...
Sétimo passo em falso: ir dormir as quatro da manhã.
O MSN estava quieto, só eu, uma amiga e um amigo. Confesso que várias coisas passavam pela minha cabeça enquanto eu falava com eles, eu tinha outros assuntos, outras coisas que me perturbam até agora. A única coisa boa que aconteceu foi termos marcado para sair sábado a noite em um tipo de despedida para mim. Enquanto tudo me preocupava eu ainda tinha que encarar a saudades que iria sentir de uma porção de pessoas e aceitar o fato de que eu não estava satisfeita com algumas atitudes minhas.
Arrependimento é uma das piores coisas. Saudades é outra das piores.
Mas voltando... como disse estava tudo quieto, até eu escutar a porta se abrindo. Eu rezei para que não fosse meu pai. Eu podia sentir uma aura negra me envolvendo, meu coração disparou enquanto minhas mãos suadas pararam de digitar. Minha mãe só entrou no quarto e me jogou aquele olhar assassino. Enquanto eu dizia que já estava desligando tentava me concentrar para desligar a música, tirar os fones, pegar o controle remoto, sair do msn... Não consegui fazer nada com muito sucesso.
No fim eu cai no sono enquanto pensava em como dizer algumas coisas para algumas pessoas. Como ser conveniente enquanto eu sabia que seria inconveniente.
De qualquer maneira eu dormi e sonhei bastante. Não me lembro de nada para ser sincera, infelizmente, já que nos meus sonhos eu provavelmente estaria mais... tranquila.